17ª Edição do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia preserva tradição dos festejos juninos
Zezé Sacramento, diretora da FEBAQ explica como funciona a estrutura do campeonato que segue até domingo (15)
Com entrada gratuita, a 17ª edição do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia, promovida pela Federação Baiana de Quadrilhas (FEBAQ) e com o apoio do Governo do Estado, reafirma a força da tradição junina na capital baiana e em seus municípios. Este evento, que ocorre pelo décimo ano consecutivo, é um marco na profissionalização dos festejos juninos.
Em entrevista exclusiva, Zezé Sacramento, diretora da FEBAQ, detalhou como o campeonato é estruturado. A competição é dividida em três etapas ao longo de cinco dias. O Grupo de Acesso, que começou no dia 11 e vai até 13 de junho, dá início às apresentações, seguido pelo Grupo Semi-Especial no dia 14 e culminando com o Grupo Especial no dia 15.
No Grupo de Acesso, as duas quadrilhas que se destacam são premiadas com a classificação para o Grupo Semi-Especial, disputando no ano seguinte. Essas quadrilhas têm a oportunidade de mostrar seu talento e potencial, sendo avaliadas em diversos critérios, como coreografia, figurino, musicalidade e a capacidade de transmitir a essência da cultura junina. A participação no Grupo de Acesso é uma vitrine importante, pois permite que grupos menos conhecidos ganhem visibilidade e experiência em competições.
“As duas primeiras quadrilhas classificadas, conquistam lugar no grupo Semi- Especial. No grupo Semi-Especial, as quadrilhas campeãs tem acesso ao Grupo Especial. Dessa forma, as quadrilhas campeãs ganham o direito de representar o Estado da Bahia, no Nordestão ou no Concurso Nacional de Quadrilha Junina”, explicou.
As quadrilhas que se destacam nas etapas subsequentes, especialmente no Grupo Especial, têm a chance de representar a Bahia em competições regionais e nacionais. As campeãs recebem prêmios em dinheiro, troféus e reconhecimento em suas comunidades. Além disso, são premiados o melhor Casal de Dançarino e o melhor Casal de Noivos, destacando a importância da performance individual dentro do coletivo.
As quadrilhas que ascendem para um novo grupo, como as que saem do Grupo Semi-Especial para o Grupo Especial, têm a oportunidade de estrear no novo grupo no ano seguinte, aumentando sua visibilidade e prestígio. Essa progressão é um reconhecimento do esforço e dedicação das equipes, e proporciona uma experiência enriquecedora para todos os participantes.
“São anos de preparação e aperfeiçoamento. Na Bahia nós acabamos os nossos concursos no mês de agosto e, no mês de setembro, já estamos de volta aos ensaios. Eu costumo dizer que a gente só perde para as escolas de samba cariocas e paulistas por questões de valores, o investimento financeiro que é feito. A preparação é a mesma, a emoção é a mesma. As quadrilhas que chegam nunca entregam só um trabalho na quadra. Cada apresentação representa noites e dias de dedicação, lágrimas e desafios diários”, comentou.
Por outro lado, as quadrilhas que não conseguem se classificar para as etapas finais também desempenham um papel crucial no evento. Embora não recebam prêmios em dinheiro, elas têm a oportunidade de participar de um ambiente de aprendizado e crescimento. Ao competir, essas quadrilhas podem identificar áreas para aprimoramento e se preparar para futuras edições do campeonato. O feedback dos jurados, que avaliam cada apresentação com critérios rigorosos, é uma ferramenta valiosa para essas equipes, permitindo que elas ajustem suas performances e elevem o nível de suas apresentações em competições futuras.
“Tudo é feito de uma forma muito criteriosa. Cada um tem um item a ser julgado durante as apresentações das quadrilhas como, por exemplo, coreografia, conjunto da obra, marcador, figurino, casamento e musicalidade. Cada jurado exerce a sua função na sua área de atuação diária. Eles passam por uma seleção curricular e por treinamento de como e o formato de como se deve selecionar as quadrilhas de forma correta. A própria FEBAQ promove essa capacitação junto a equipe de qualificação de outros estados, já que as quadrilhas também participam de seleções em outros estados e também terminam por fazer formações e avaliações integradas.”
Zezé comentou sobre a organização do evento, que se mantém fiel ao modelo que tem funcionado ao longo dos anos, com diretores dedicados a cada aspecto do campeonato. Em relação à expectativa para a edição de 2025, ela expressou confiança em um evento bem-sucedido, destacando o empenho e a emoção que cada apresentação traz.

“À medida que os anos foram passando, pouco mudou em nossa fórmula para fazer esse evento dar certo. Temos a dinâmica do diretor de quadra, tem os diretores que cuidam das quadrilhas quando elas chegam de seus municípios. É um modelo que desde o primeiro ano já funcionou, nós não modificamos. Todo mundo aqui já trabalha “de olhos fechados”, respeitando a sua função e o espaço do outro colega de trabalho”, explicou.
A programação do campeonato é gratuita e continua até este domingo na Praça da Revolução, em Periperi. O evento promete ser mais uma celebração vibrante da cultura junina na Bahia, reunindo famílias e amantes da tradição em um ambiente festivo e acolhedor.
Serviço:
Evento: 17ª Edição do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia
Data: Até domingo, 15 de junho
Local: Praça da Revolução, Periperi
Entrada: Gratuita
Fotos: Erickson Araújo
