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Salvador recebe evento internacional sobre linguagem e cultura afrodiaspórica no Goethe-Institut

Salvador recebe evento internacional sobre linguagem e cultura afrodiaspórica no Goethe-Institut

O Goethe-Institut Salvador-Bahia recebe, entre os dias 23 e 25 de julho, o evento Falares Crioulos – Dicções, um ciclo de conversas e masterclasses que reúne artistas e intelectuais afrodiaspóricos em torno da ideia de crioulagem, processo que envolve cruzamentos linguísticos e culturais marcados por trajetórias coloniais, migrações e resistências. Com curadoria e mediação do multiartista Diego Araúja, o evento marca o início do projeto Os Salitres – 2ª crioullage, obra artística em desenvolvimento com estreia prevista para 2026.

A programação gratuita será realizada nos dias 23 e 24 (quarta e quinta), das 15h às 18h, e no dia 25 (sexta), às 16h. Na abertura, haverá uma biografia falada de Dorothée Munyaneza (Ruanda – Reino Unido) e uma masterclass com Simone Lagrand (Martinica). Nos dias seguintes, a programação inclui participações de Laís Machado (Bahia, Brasil) e de Bonaventure Ndikung (Camarões-Alemanha), diretor da Haus der Kulturen der Welt e curador da 36ª Bienal de São Paulo.

“O Falares Crioulos não é um seminário tradicional, mas uma partilha de dicções, vozes que carregam vivências plurais da diáspora. Interessa-nos pensar que língua é essa que pode nascer do entre-lugar, dos atravessamentos entre África, Caribe, Brasil e Europa”, afirma Diego Araúja. Segundo o artista, o projeto tem como base uma ficção especulativa na qual um grupo de intelectuais afrodiaspóricos, inspirados pelas lutas de independência africanas nos anos 1960, cria o chamado Congresso de Sal, dedicado à invenção de uma nova língua não nascida do trauma colonial.

Araúja aprofunda essa discussão em sua pesquisa de mestrado na Universidade Federal da Bahia, em que investiga a “crioullage” como método cênico e político. A proposta já foi explorada em sua obra anterior, QUASEILHAS, considerada a primeira encenação autoral brasileira integralmente falada em yorùbá.

Para a diretora do Goethe-Institut Salvador-Bahia, Friederike Möschel, o evento reafirma a vocação do instituto em promover diálogos entre culturas a partir de perspectivas descentralizadas: “É um privilégio para o Goethe-Institut sediar esse projeto, que se conecta com pesquisas contemporâneas sobre linguagem, arte e memória”.

O evento é uma realização da Plataforma ÀRÀKÁ, com apoio do Goethe-Institut e patrocínio da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador, Prefeitura de Salvador, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. 

Fonte: Imprensa Darana